Faz quase três décadas que Runaway impulsionou sua carreira, mas o cantor nascido em New Jersey ainda tem um quê de menino que partiu vários corações no mundo todo. Conversando com Reader’s Digest, o pai de quatro revela que sobreviveu ao cara de coração mole, em calças spandex há muito tempo. E enquanto ele ainda sabe como sacudir a massa, o homem de 47 anos definitivamente se importa com o que acontece fora dos holofotes.
RD: Supostamente você deveria ir com calma em 2009. Como agora temos o The Circle, um álbum novo?
JBJ: Porque sou um mentiroso rs. Mas tá tudo bem. A intenção era de, neste ano, fazer somente duas ou três músicas para um álbum de Greatest Hits. Mas então chegou Outubro de 2008, a economia mundial mudou e o novo presidente foi eleito em Novembro, nos Estados Unidos. Então havia muito assunto e a gente começou a compor. Em um piscar de olhos, a gente tinha não só as músicas para o Greatest Hits, mas tínhamos um álbum e tanto.
RD: O som é diferente do que você tem feito nos últimos 20 anos. Há texturas sonoras que poderia estar em um álbum do Coldplay.
JBJ: Mais ainda há os hinos, você sabe, tipo We Weren’t Born To Follow - se isso não é nossa cara, nada é. É um álbum de rock, sem dúvida, mas também é algo que diz: é uma época simples onde "maior, melhor" e "eu, eu eu" não importam mais. Depois de 8 anos de Bush, a América finalmente acredita na mudança novamente e está pronta para pensar com o novo presidente.
RD: A euforia que o Obama lançou no início do seu mandato ainda existe?
JBJ: Não está como em Novembro do ano passado. E eu já estou desapontado com isso pois há aqueles do outro lado da cerca política que são bons em causar tempestade em um copo d'água e criar medo nas mentes daqueles que não estão prestando muita atenção. Eles podem facilmente ser persuadidos pela mídia.
RD: Nos dê um exemplo.
JBJ: O presidente está trabalhando duro a respeito da saúde. Milhões de pessoas nos EUA não têm seguro de saúde mas há os grupos interessados em fazer muito dinheiro com o negócio de cuidados de saúde existente: fabricantes de remédios, médicos e empresas de seguro. E isto é legítimo. O que eu não aceito são mentiras do tipo: "Bem, isso não funciona no Canadá ou na Grã Bretanha.” E pior ainda é a retorcida que a mídia dá nisso. Eles vão tão longe a ponto de dizer que Obama gostaria de se livrar das pessoas idosas - comparando suas idéias àquelas do Nazista Alemão dizendo que em seu programa vidas "que não merecem viver" serão eutanaziadas. Há bastante gente na América que acredita que é isto que o presidente está tentando fazer.
RD: Se a Hillary Clinton tivesse sido eleita, ela enfrentaria os mesmos problemas?
JBJ: Ah claro! Qualquer um teria os mesmos problemas. Se tivéssemos um Republicano lá, a esquerda enlouqueceria por isso. Mas este é o problema com a política. Perdemos a linha divisora que ainda existia quando o Kennedy era presidente, quando o presidente era respeitado mesmo quando não concordavam com ele. Agora chegou num ponto que eles azucrinam qualquer coisa que Clinton ou Bush Jr. ou Obama fizerem. Todos perdemos o respeito que uma vez tivemos e muitos se acham no direito de comentar ou escrever em blogs a respeito da roupa que vestem, o corte de cabelo, coisas do tipo. É muito doido.
RD: Sobre o que fala sua música We Weren’t Born To Follow?
JBJ: Coisas sobre eventos tipo a re-eleição de Mahmoud Ahmadinejad no Irã. É uma música que dá poder àqueles que se comprometem. Pessoas como Neda que em Junho de 2009 deu sua vida pelo que ela acreditava. Ela era uma líder, não uma seguidora.
RD: Os Americanos deveriam marchar ao Irã?
JBJ: Eles não o fizeram ainda e esperamos que as coisas continuem sem intervenção por lá. Você tem que respeitar as culturas e governos dos outros países. E tem que tomar cuidado com caras do tipo do Ahmadinejad, dando um passo de cada vez.
RD: Isto significa que políticos e militares deveriam viajar um pouco mais, assim como você?
JBJ: Com certeza. Tipo, menos de um terço dos Americanos tem passaporte. Felizmente, para nós, como banda, viajamos ao máximo de lugares que pudemos nos últimos 26 anos. A gente é meio que tipo embassadores da cultura pop Americana, desde que o Muro ainda estava de pé e a Guerra Fria ainda acontecia. Naquela época a gente foi até para os países socialistas do Leste e representou nossa cultura pop lá.
RD: Você se imagina na política?
JBJ: Tá brincando? Sou sensível demais.
RD: Então você prefere se concentrar no que faz de melhor: Encabeçar uma banda de sucesso global, que se mantém forte por 26 anos?
JBJ: Exatamente. É difícil entrar neste tipo de banda, e é mais difícil ainda sair. Eu passei mais da minha vida adulta com estes caras do que com minha esposa e filhos.
RD: A banda é tipo um casamento sem sexo??
JBJ: rs, sim, é nosso casamento, nossa família. Mas é um bom lugar para se estar.
RD: Você já se perguntou até quando pode fazer isso?
JBJ: Não sonho em ser o próximo Mick Jagger e ainda estar na ativa no fim dos 60 anos. Mas não vejo razão para parar agora.
RD: A velhice te assusta?
JBJ: É difícil acreditar que já tenho 47, pois me sinto com 18. Mas tenho certeza de que vários caras da minha idade te falariam a mesma coisa.
RD: E a perda de cabelo, coisa que acontece com muito cara da sua idade. Os tablóides Britânicos relataram que você mantém seu cabelo com massagens no escalpo. É verdade?
JBJ: Quem me dera. Mas minha esposa não faz isso, e seria embarassante deixar que alguma jovem gostosa o fizesse. Pelo menos eu ainda tenho cabelo. Gradualmente está ficando grisalho. Mas acho que é devido ao estresse.
RD: Mas ao mesmo tempo você está sempre procurando por novas responsabilidades. Você é do tipo "multi-tarefas" na essência?
JBJ: Talvez seja esta a resposta. De qualquer jeito eu nunca fui do tipo que descansa no sucesso de ontem. Sou muito mais motivado a encontrar novos desafios.
RD: Você se aposentou da vida de ator?
JBJ: Sim, pra mim já deu. Eu admiro muito a arte para fazer filmes que ninguém assistirá.
RD: Como você se sente hoje a respeito do seu primeiro emprego, como vendedor de sapatos para mulheres? Tem vergolha?
JBJ: Nem um pouco.
RD: Você era um bom vendedor?
JBJ: Péssimo! Passava a maioria do tempo estocando prateleiras e lavando os banheiros. Mas os momentos quando eu me ajoelhava na frente de uma bela mulher sempre foram especiais!
Jon Bon Jovi vive com sua esposa, Dorothea. O casal tem três filhos e uma filha. Na primavera deste ano viajará o mundo com sua banda e seu novo álbum The Circle.
Nenhum comentário:
Postar um comentário